domingo, 22 de março de 2009

Movimento popular inicia Marcha em defesa da democracia

Diferentes colunas marcharão de Itapecuru-mirim a São Luís levantando a bandeira da soberania do voto popular

Na próxima terça-feira 24 de março começará a Primeira Marcha do Povo Maranhense pela Democracia, organizada por vários movimentos sociais reunidos no Comitê pela Democracia, entre eles o MST, o Movimento de Moradia, organizações indígenas, entidades quilombolas, associações de mulheres, articulações do movimento GLBTT, trabalhadores rurais, militantes dos direitos humanos, estudantes e jovens. A marcha terá como ponto de partida o município de Itapecuru-mirim e deverá chegar a São Luís na próxima semana.

“Cada movimento, na marcha, terá sua coluna organizada. Com isso, queremos simbolizar a diversidade e a participação ampla e plural que a marcha reunirá, explica Elias Araújo, da coordenação do Movimento Sem Terra (MST). Mas todas as colunas – as dos sem-terras, quilombolas, sem-teto, indígenas, mulheres, sindicatos - marcharão unidas numa só bandeira: a defesa da Democracia, do voto popular e do Maranhão. “A decisão de cassar o governador Jackson Lago fez com que a questão política no nosso Estado tomasse uma dimensão maior: o que está em jogo é a própria democracia”, explica o Comitê pela Democracia no Maranhão. “Nenhum passo atrás, Sarney nunca mais”, “Meu voto é minha lei, nunca mais Sarney”, “Sarney: prejuízo para o Brasil. Vergonha para o Maranhão”, são algumas das palavras de ordem da Marcha.
Um ato público, pela manhã de terça iniciará a caminhada de 120 quilômetros que serão percorridos do município de Itapecuru-mirim a São Luís. É a primeira vez que uma marcha é organizada no Maranhão em torno de uma reivindicação política. Antes, restringia-se às bandeira de luta específicas: mais saúde, escola, água, moradia, terra. “Queremos chamar a atenção do País para o que está acontecendo em nosso estado. Onde o perdedor quer se fazer vencedor”, denuncia Creuzamar de Pinho, da União Estadual de Luta por Moradia.
Ao longo da marcha, serão organizadas várias paradas para panfletagens, mobilização da população nos municípios e atos públicos. Ao chegar na capital, na Estiva, a marcha será recebida pelos movimentos sociais urbanos. Caminhadas vindas de diferentes bairros de São Luís também reforçarão a marcha.

Ato na Praça Deodoro
Na capital, o ponto alto será o ato “Golpe Nunca Mais”, na praça Deodoro. Palco das lutas sociais maranhenses, como o “Fora Collor” (1992), as “Diretas Já” (1985), a a “Greve pela Meia-passagem” (1979), essa praça novamente sediará um ato em defesa da democracia. O ato vai coincidir, no dia 31 de março, com a data dos 45 anos da instalação da ditadura militar no País, que derrocou o presidente João Goulart. Depois de flertar com o governo Goulart, José Sarney passou a ser um dos principais apoiadores (e beneficiários) do regime militar.
Lideranças nacionais, deputados federais e estaduais, prefeitos, representantes das direções dos partidos políticos da base aliada do Governador Jackson Lago vão participar da Marcha pela Democracia e do Ato “Golpe Nunca Mais”. Mas o destaque da mobilização será o povo do Maranhão, antecipam os organizadores do Movimento Balaiada. “Agora, ou vencem o povo e a Democracia, ou prevalecerá a oligarquia”, alerta o Manifesto do Movimento pela Democracia.

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